1929 – CONSTRUÇÃO DO CRISTO REDENTOR
O Cristo Redentor é um monumento localizado no bairro do Alto da Boa
Vista, na cidade do Rio de Janeiro. Situa-se no topo do Morro do Corcovado, a
709 metros acima do nível do mar. A estrada de rodagem que dá acesso ao local
onde hoje se situa o Cristo Redentor foi construída em 1824. Já a estrada de
ferro teve o primeiro trecho (Cosme Velho-Paineiras) inaugurado em 1884. No ano
seguinte, 1885, o segundo trecho foi concluído, completando a ligação com o
cume. A ferrovia, que tem 3 800 metros de extensão, foi a primeira a ser
eletrificada no Brasil, em 1906.
A construção de um monumento religioso no local foi sugerida pela
primeira vez em 1859, pelo padre lazarista Pedro Maria Boss, à Princesa Isabel.
No entanto, apenas retomou-se efetivamente a ideia em 1921, quando se iniciavam
os preparativos para as comemorações do centenário da Independência.
Para isso, em 1920, o Presidente Epitácio Pessoa transferiu para o
domínio da Arquidiocese o pico do Corcovado, comprometendo-se a colaborar com a
obra melhorando os acessos e fornecendo uma série de subsídios. Foi então
realizado um concurso público de projetos, vencido pelo arquiteto brasileiro
Heitor da Silva Costa. O projeto vencedor, de um Cristo carregando a Cruz, era
bastante calcado no Cristo de Mendoza, na Argentina.
Motivos financeiros
retardaram a iniciativa por alguns anos. Em 1922, o Governo instalou uma enorme
antena de rádio, a primeira do país, em forma de cruz, no alto do Corcovado,
para proceder à primeira experiência com radiofonia durante a Exposição
Internacional do Centenário da Independência do Brasil. Silva Costa, ao
observar a dita cruz, pensou em alterar seu projeto, dando ao próprio Cristo
uma forma cruciforme, bem mais legível à distância que o projeto original.
Em 1923, os planos foram levados à Europa, onde, na França, foram
calculados pelo escritório de engenharia de Victor Caquot, famoso engenheiro,
especializado em estruturas de grande porte. O Cristo teria doze pavimentos
internos e estrutura suficientemente resistente para suportar um tufão de
250km/h, o que não ocorre no clima do Rio de Janeiro.
Aproveitou-se a ida de Silva Costa à França para que o mesmo escolhesse
e contratasse um grande escultor para confeccionar as mãos e o rosto da imagem.
A escolha recaiu no artista francês Paul Landowski, escultor muito renomado em
França, que utilizou como modelo para a estátua as formas da brasileira
Margarida Lopes de Almeida, ela mesma artista plástica e tida como possuidora
das mais belas mãos do Brasil.
Foram encarregados da obra os engenheiros Pedro Vianna da Silva e
Heitor Levy. Este último cedeu sua chácara para os trabalhos de moldagem. Levy,
que era judeu, ficou tão envolvido com a obra que se converteu ao cristianismo
e colocou os nomes seu e de sua família num vidrinho que misturou com a massa
de concreto do coração da imagem.
A pedra fundamental do monumento foi lançada em 4 de abril de 1922, mas
as obras somente foram iniciadas em 1926. Dentre as pessoas que colaboraram
para a realização podem ser citados o engenheiro Heitor da Silva Costa (autor
do projeto escolhido em 1923), o artista plástico Carlos Oswald (autor do
desenho final do monumento) e o escultor francês de origem polonesa Paul
Landowski (executor dos braços e do rosto da escultura).
A montagem durou de 1926 a fins de 1931, não ocorrendo acidente algum
durante as obras.
A Revolução de 1930 atrasou a inauguração da obra, finalmente ocorrida
com grandes festas a 12 de outubro de 1931, dia da Padroeira do Brasil, Nossa
Senhora da Conceição Aparecida.

A construção do Cristo Redentor é considerada um dos grandes capítulos
da engenharia civil brasileira. Foi erguida em concreto armado e revestida de
um mosaico de triângulos de pedra-sabão originária da região de Carandaí, no
estado brasileiro de Minas Gerais.
Ainda hoje, algumas pessoas dizem que o monumento foi um presente da
França para o Brasil, quando, na verdade, a obra foi erigida a partir de
doações de fiéis de arquidioceses e paróquias por todo o país, com o projeto de
autoria e chefia do engenheiro Heitor da Silva Costa. Da França vieram apenas
uma réplica de quatro metros feita de pequenos moldes, assim como modelos das
mãos feitos pelo colaborador Landowski.

O fotógrafo Custódio Coimbra, da Agência O Globo, conseguiu registrar o
momento em que um raio atingiu o Cristo Redentor, durante a forte chuva que
atingiu o Rio de Janeiro.
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