terça-feira, 6 de novembro de 2012

1958 – CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA
 


As obras começaram em novembro de 1956, depois de Juscelino sancionar a lei nº 2.874 que a designava fim a nova capital do Brasil. A ideia era transferir a capital do Rio de Janeiro para o interior do país. Ao trasladar a capital para o interior, o governo pretendia povoar aquela região. Pessoas de todo o país, especialmente do nordeste (chamadas de candangos, que quer dizer ordinários), foi contratada para a construção da cidade, inaugurada no dia 21 de abril de 1960 por Juscelino Kubitschek. Nesta época, o centro cívico da cidade já tinha sido totalmente construído (Palácio do Governo, Catedral, Edifícios dos Ministérios, Parlamento, Palácio da Justiça etc.).


Brasília custou cerca de um bilhão de dólares. Este custo extremamente elevado deveu-se, em parte, à ausência de estradas de ferro e de rodovias bem traçadas para levar o material de construção. A solução foi transportar o material de construção por via aérea, fato que encareceu muito o custo das obras.

A construção de Brasília demorou quase quatro anos, mas depois de três anos a maioria dos seus principais edifícios estava pronta, dentre os quais o Palácio da Alvorada, primeiro prédio da capital construído em concreto armado, a primeira construção de estrutura metálica (material trazido dos Estados Unidos) foi o Brasília Palace Hotel.


A partir de 1960, iniciou-se a transferência dos principais órgãos do Governo Federal para a nova capital com a mudança das sedes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Lúcio Costa foi o principal urbanista da cidade. Oscar Niemeyer, amigo próximo de Lúcio, foi o principal arquiteto da maioria dos prédios públicos e Roberto Burle Marx foi o responsável pelo paisagismo.

Kubitschek, que tinha orientação socialista, reuniu um grupo de profissionais da mesma tendência política. Este grupo tentou desenvolver um modelo de cidade utópica onde se pretendia eliminar as classes sociais. Por este motivo a cidade ficou conhecida como capital da esperança (nome dado pelo escritor francês André Malraux). É claro que tal objetivo não foi cumprido.


 Catetinho - residência do presidente JK durante a construção

A história de Brasília iniciou com as primeiras ideias de uma capital brasileira no centro do território nacional. A necessidade de interiorizar a capital do país parece ter sido sugerida pela primeira vez em meados do século XVIII, ou pelo Marquês de Pombal, ou pelo cartógrafo italiano a seu serviço Francesco Tosi Colombina. A ideia foi retomada pelos Inconfidentes, e foi reforçada logo após a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808, quando esta cidade era a capital do Brasil.

A primeira menção ao nome de Brasília para a futura cidade apareceu em um folheto anônimo publicado em 1822, e desde então sucessivos projetos apareceram propondo a interiorização. A primeira Constituição da República, de 1891, fixou legalmente a região onde deveria ser instalada a futura capital, mas foi somente em 1956, com a eleição de Juscelino Kubitschek, que teve início a efetiva construção da cidade, inaugurada ainda incompleta em 21 de abril de 1960 após um apertado cronograma de trabalho, seguindo um plano urbanístico de Lúcio Costa e uma orientação arquitetural de Oscar Niemeyer.



Na primeira Constituição da República, promulgada em 1891, foi incluído um artigo que dizia: "Fica pertencendo à União, no planalto central da República, uma zona de 14 400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada para nela estabelecer-se a futura Capital federal". Obstáculos políticos, econômicos e logísticos retardaram o projeto por décadas, até que, em meados dos anos 50, quando iniciou sua campanha à presidência, Juscelino Kubitschek incluiu a construção da nova capital como prioridade no seu plano de governo.

Controversa desde o início, custou aos cofres públicos uma fortuna, jamais calculada exatamente, o que esteve provavelmente entre as causas das crises financeiras nacionais dos anos seguintes à sua construção. O projeto foi combatido como uma insensatez por muitos, e por muitos aplaudido como uma resposta visionária e grandiosa ao desafio da modernização brasileira. A construção de Brasília teve um impacto importante na integração do Centro-Oeste à vida econômica e social do Brasil.


Por outro lado, a despeito das polêmicas em seu redor, consolidou definitivamente sua função como capital e tornou-se o centro verdadeiro da vida na nação, e tornou-se também um ícone internacional a partir de sua consagração como Patrimônio da Humanidade em 1987, sendo reconhecida por muitos autores como um dos mais importantes projetos urbanístico-arquitetônicos da história.

Muitas lendas envolvem a sua criação. A mais conhecida versa sobre um sonho do padre italiano João Bosco, no qual teria previsto a construção da nova capital. O fundador da Ordem dos Salesianos deixou escrito, em 30 de agosto de 1883: ”Entre os paralelos de 15º e 20º havia uma depressão bastante larga e comprida, partindo de um ponto onde se formava um lago. Então, repetidamente, uma voz assim falou: ‘quando vierem escavar as minas ocultas, no meio destas montanhas, surgirá aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza inconcebível".

Os historiadores detestam a ideia de que o acaso tenha alguma relevância no andamento das coisas, mas ele é, e sempre foi, um personagem de primeira grandeza na história da humanidade. Foi pensando nisso que Pascal cunhou a célebre frase: “Se o nariz de Cleópatra fosse mais curto, toda a face da Terra seria diferente”.


Nos planos iniciais do candidato Juscelino Kubitschek não havia nada relativo à construção de Brasília, mas ela acabou se transformando na meta-síntese de seu "Plano de Metas". E isso - acredite! -, graças a Toniquinho, um simplório militante do antigo PSD.

Em 1955, durante um comício em Jataí, JK discursava pregando o respeito à Constituição e às leis. Terminado o discurso, foi questionado por Antônio Soares Neto, o Toniquinho, se respeitaria a Constituição, mudando a Capital Federal para o Planalto Central.

Pego de surpresa, e na presença de ilustres jornalistas, Juscelino, de rompante, em discurso vibrante, assumiu o compromisso.

E assim fez-se a história...

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