1979 - MENINA ESNOBA FIGUEIREDO
No dia 5 de setembro de 1979, o general João Baptista Figueiredo,
último presidente do regime militar, tentou cumprimentar a mineirinha Rachel
Clemens, durante uma visita a Belo Horizonte. Mas a menina, de apenas cinco
anos, se recusou a dar-lhe a mão, contrariando todos os presentes que insistiam
para que ela o cumprimentasse. O episódio foi registrado pelo fotógrafo
Guinaldo Nicolaevsky e a imagem virou símbolo da luta contra a ditadura.
Uma das fotos que mais marcaram os sentimentos de desagrado da população sobre o regime militar no Brasil aconteceu por acaso. O episódio aconteceu durante um almoço no Palácio da Liberdade, quando João Batista Figueiredo esteve na capital mineira para o lançamento do carro a álcool. O pai de Rachel, que trabalhava no Departamento de Estradas e Rodagens (DER), foi um dos convidados para almoçar com o presidente e levou a família para o evento.
Para muitos, a
foto, de 5 de setembro de 1979, mostrava a pureza de uma criança que desde
pequena já sabia que a ditadura era cruel e dura com as pessoas, mas a personagem principal da foto – a garotinha marrenta de 5 anos que se
recusava a cumprimentar o presidente da República João Batista Figueiredo – explica o motivo de estar emburrada naquele dia e ter recusado o aperto de mão
do último general a governar o país.
- “Na época eu não entendia o que os
militares representavam. Sou de uma época que criança era só criança e se
preocupava mais em brincar e se divertir. Minha mãe estava danada comigo e
queria que eu cumprimentasse o presidente, assim como todo mundo que estava por
lá, mas acabei contrariando a todos porque era o meu jeito de menina”, explica
Rachel Clemens, hoje com 37 anos.
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