1923 - TUTANCÂMON
Em novembro de 1922 foi descoberto o túmulo de Tutancâmon, resultado
dos esforços de Howard Carter e do seu mecenas, o aristocrata Lord Carnarvon.
O
túmulo encontrava-se inviolado em ligaduras, com exceção da antecâmara onde os
ladrões penetraram por duas vezes, talvez pouco tempo depois do funeral do rei,
mas por razões pouco claras ficaram-se por ali.
A câmara funerária foi aberta de forma oficial no dia 16 de fevereiro
de 1923. Estava preenchida por quatro capelas em madeira dourada encaixadas
umas nas outras, que protegiam um sarcófago em quartzito de forma retangular,
seguindo a tradição da forma dos sarcófagos da XVIII dinastia. Em cada um dos
cantos do sarcófago estão representadas as deusas Ísis, Néftis, Neit e Selket.
Dentro do sarcófago encontravam-se três caixões antropomórficos, encontrando-se
a múmia no último destes caixões; sobre a face a múmia tinha a famosa máscara
funerária. Decorados com os símbolos da realeza (a cobra e o abutre, símbolos
do Alto e do Baixo Egito, a barba postiça retangular e cetros reais), o peso
dos três caixões totalizava 1375 quilos, sendo o terceiro caixão feito de ouro.
Na câmara funerária foram colocadas também três ânforas. Estudos revelaram que
a ânfora junto à cabeça continha vinho tinto, a colocada do lado direito do
corpo continha shedeh (variedade de vinho tinto mais doce) e a terceira, junto
aos pés, continha vinho branco.
Na câmara do tesouro estava uma estátua de Anúbis, várias jóias, roupas
e uma capela, de novo em madeira dourada, onde foram colocados os vasos
canópicos do rei. Neste local foram achadas duas pequenas múmias
correspondentes a dois fetos do sexo feminino, que se julgam serem as filhas do
rei, nascidas de forma prematura.
Embora os objetos encontrados no túmulo não tenham lançado luz sobre a
enigmática vida de Tutancâmon, revelaram-se bastante importantes para um melhor
entendimento das práticas funerárias e da arte egípcia.
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