1889 - ADOLF HITLER BEBÊ
Pouco se sabe sobre sua vida no período do nascimento até à entrada na
política, logo após a Primeira Guerra Mundial. Em 1930, dirigindo-se a
opositores políticos, declarou "Não podem saber de onde e de que família
venho". Hitler envergonhava-se manifestamente das suas origens humildes.
Parece não ter feito nada de relevante até o momento em que iniciou a sua vida
militar. As suas declarações em "Mein Kampf", sobre a sua infância,
serviram sobretudo para promoção pessoal e são, por isso, pouco confiáveis.
Adolf Hitler morava numa pequena localidade perto de Linz, na província
da Alta-Áustria, próximo da fronteira alemã, e que à época era parte do Império
Austro-Húngaro. Seu pai, Alois Hitler, que nascera como filho ilegítimo, era
funcionário da alfândega. Até seus quarenta anos, o pai de Hitler usou o
sobrenome da sua mãe, Schicklgruber. Em 1876, passou a empregar o nome do seu
pai adotivo, Johann Georg Hiedler, que teria sido alterado para
"Hitler" por erro de um escrivão. Adolf Hitler chegou a ser acusado,
por inimigos políticos, de não ser um Hitler, mas sim um Schicklgruber. A
própria propaganda dos aliados fez uso desta acusação ao lançar vários
panfletos sobre diversas cidades alemãs com a frase "Heil
Schicklgruber".
A mãe de Hitler, Klara Hitler (o nome de solteira era Klara Polzl), era
prima em segundo grau do seu pai. Este a trouxera para sua casa para tomar
conta dos seus filhos, enquanto a sua outra mulher, doente e prestes a morrer,
era cuidada por outra pessoa. Depois da morte desta, Alois casou-se, pela
terceira vez, com Klara, depois de ter esperado meses por uma permissão
especial da Igreja Católica, concedida exatamente quando Klara já se mostrava
visivelmente grávida. No total, Klara teve seis filhos de Alois. No entanto,
apenas Adolf, o quarto, e sua irmã mais nova, Paula, sobreviveram à infância.
Adolf era um rapaz inteligente, porém, mal-humorado. Por ser desde cedo
boêmio, foi reprovado por duas vezes no exame de admissão à escola secundária
de Linz. Ali, começou a acalentar ideias pangermânicas, fortalecidas pelas
leituras que o seu professor, Leopold Poetsch, um antissemita bastante admirado
pelo jovem Hitler, lhe recomendou vivamente.
Hitler era devotado à sua complacente mãe e, presumivelmente, não
gostava do pai, que apreciava a disciplina e o educava severamente, além de não
compartilharem muitas ideias políticas. Em "Mein Kampf", Hitler é
respeitoso para com a figura de seu pai, mas não deixa de referir discussões
irreconciliáveis que teve com ele acerca da sua firme decisão em se tornar
artista. De fato, interessou-se por pintura e arquitetura. O pai opunha-se
firmemente a tais planos, preferindo que o filho fizesse carreira na função
pública.
Em janeiro de 1903 morreu Alois Hitler, vítima de apoplexia. Em
dezembro de 1907 morreu Klara, de cancro, o que o teria afetado sensivelmente.
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