10/4/1945 - LISTA DE SCHINDLER
Oskar Schindler, um antigo militar polonês, bem relacionado com a SS,
progride rapidamente nos negócios ao se apropriar de uma fábrica de panelas,
após o decreto que proibia aos judeus serem proprietários de negócios.
Schindler se valeu de sua fortuna crescente para "comprar"
membros da Gestapo e dos altos escalões nazistas com bebida, mulheres e
produtos do mercado negro. Seu afiado senso de oportunidade o levou a contratar
um contador judeu – mais barato do que um profissional polonês.
Ele é Itzhak Stern, a mente por trás do que seria o começo de tudo: com
o argumento de que os trabalhadores judeus representavam uma lucratividade
maior para o negócio, ele convenceu Schindler a fazer destes 100% da força de
trabalho empregada em sua fábrica. Com o tempo, famílias judias passaram a
trocar suas reservas financeiras por postos de trabalho (que os mantinha longe
dos campos de concentração), permitindo que os negócios crescessem ainda mais.
A guerra avançou e Hitler lançou a campanha de "Solução
Final", que acabaria definitivamente com os guetos, transferindo toda a
população judia para os campos de concentração. Amon Goeth foi o comandante de
um desses campos e um dos amigos mais próximos que Schindler teve entre os
oficiais da Gestapo. Quando os trabalhadores de sua fábrica começaram a ser
transportados para o campo de Plaszóvia, Schindler convenceu Goeth a colocá-los
num ambiente separado dos outros, um lugar onde ficassem mais protegidos.
Numa determinada noite, passeando perto de um dos parques de Cracóvia,
Schindler assistiu à invasão do gueto da cidade. Dias mais tarde, ele
acompanhou uma ida de Goeth ao campo de concentração e assistiu às instruções
que este recebeu para cremar os cadáveres dos mortos no massacre do gueto.
Schindler e o contador passaram a noite a digitar os nomes das famílias
que seriam transportadas para a Tchecoslováquia ao invés de irem para
Auschwitz. Para cada um dos 1.100 nomes que comporiam a lista, Schindler viria
a pagar uma boa soma de dinheiro a Goeth, que tomaria as medidas necessárias
para o que o desvio de rota fosse bem sucedido.
Schindler fundou a fábrica de utensílios de cozinha Emalia para
enriquecer com a guerra. Nela empregou entre 1939 e 1944 muitas centenas de
judeus. Eram a sua força de trabalho, empregados especializados, mesmo que não
o fossem, não deixavam de ser escravos. Pensou, durante algum tempo, que
bastava aos seus judeus e aos outros manterem-se saudáveis para chegarem ao fim
da guerra vivos. Percebeu que não, depois percebeu que iam morrer todos e usou
o que ganhara com eles para salvar alguns. Mais de mil. Schindler escreveu os
seus nomes numa lista e deu-lhes vida.
A Lista de Schindler contém 13 páginas com o nome de 801 judeus, salvos
do Holocausto pelo alemão Oskar Schindler, um ato digno e solidário ocorrido em
um dos momentos mais sombrios da história da humanidade. Essa semana a
biblioteca estadual de New South Wales divulgou uma foto das 13 páginas, cópias
da original em papel carbono que foi achada pelo pesquisador Olwen Pryke na
Austrália.
Oskar Schindler era um industrial, alemão sudeto, que nasceu na cidade
de Zwittau-Brinnlitz no dia 28 de abril de 1908. Fez parte do Partido Nazista
após a anexação dos sudetos em 1938 e assim que estourou a Segunda Guerra
Mundial, Schindler mudou-se para a Polônia, cidade de Cracóvia, onde abriu uma
fábrica e empregou trabalhadores judeus originados do gueto de Cracóvia (lugar
de confinamento de judeus). Os operários de Schindler trabalhavam durante o dia
e à noite voltavam para a cidade de Plaszow. Em 1944 as tropas russas avançam e
os administradores de Plaszow recebem a ordem para desativar o campo, o que
significava dizer que os habitantes da cidade seriam enviados para outro campo
de concentração onde seriam mortos. Oskar Schindler conseguiu convencer, por
meio de suborno, que todos os 801 operários (judeus) listados, no que viria a
ser a famosa 'Lista de Schindler', eram imprescindíveis à sua fábrica. Dessa
maneira os judeus que trabalhavam para Schindler foram transferidos para a uma
nova fábrica em Brnenec, cidade onde Oskar nasceu.
Oskar Schindler morreu na Alemanha, 9 de outubro de 1974.
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